sábado, 17 de março de 2012

Caça ao Tesouro

Quando pequenas, eu e minha irmã nã brincávamos de caça ao ovo da páscoa. Sinceramente, não sei porque. A casa onde morávamos não era grande, mas para duas baixinhas saltitando na manhã de Páscoa, daria uma boa caçada.

Quando meus sobrinhos eram pequenos, eu, minha mãe e a minha irmã improvisamos a caça aos ovos na casa de nossa infância e era uma manhã super divertida! Pena que a tradição não seja tão forte aqui no Brasil.


Imagem: http://www.iwillinvitations.com.au/blog/easter-hunt-kit-freebie/

Mas para quem quiser inventar essa moda com os pequenos, no site I Will Invitatios (www.iwillinvitations.com.au) você consegue imprimir um kit de caça aos ovos de Páscoa para incrementar a brincadeira.

Depois é só colocar uma cesta na mão de cada criança e ligar a máquina fotográfica!

Nada como um domingo de Páscoa para trazer à tona nossas melhores lembranças.
;)

Boa Páscoa!
Roberta.


http://www.iwillinvitations.com.au/blog/easter-hunt-kit-freebie/

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Ao longe, o sino

Está chegando a época do ano em que nós somos só desejo: o Natal.

Em meados de Novembro, quando as lojas estão dependuradas de bibelôs natalinos e a TV não mostra senão figurantes vestidos de Papai Noel, o cartão de crédito sofre se fica muito tempo parado no bolso e o 13o salário não chega a esquentar o lugar no banco, literalmente.

Mas aí, quando chega Janeiro, a gente fica desejando que nossa árvore de Natal tivesse se parecido um pouquinho com essa aí abaixo, o que não aconteceu, e enfrentamos a dura realidade de pagar as dívidas contraídas no auge da euforia das festas, além de todos os deveres que o início do ano traz e que conhecemos tão bem.

Foto aqui

Mas é possível traduzir essa realidade a seu favor, quando se trata de viver o presente (Natal), mas sem comprometer o futuro.

Eu vou listar as top five - cinco dicas de ouro para quem não quer ter que viver com o cinto apertado porque esbanjou demais nem ter um galho seco como árvore de Natal porque teme gastar demais.

Se você acha que eu vou dizer para deixar de guardar o dinheiro embaixo do colchão e passar a guardá-lo na meia, errou. O método que irei sugerir é bem racional, prático, mas funcionará bem.

Foto aqui
Começando...

1. Já neste mês de Novembro, separe suas finanças da seguinte forma: do total do que receber (salário + 13o), separe 10% para uma poupança, 10% para imprevistos (reparos para a casa, etc) e 10% para compras. Os 70% restantes cobrem as suas despesas mensais? Ótimo. Então agora você sabe o quanto terá inicialmente para suas compras natalinas - sejam presentes ou itens para a ceia.

2. Tire seus cartões de crédtio da bolsa. Só ande com eles quando tiver que comprar algo previamente estipulado. Do contrário, tranque-os no armário e coloque a chave dentro de um envelope com os dizeres: "Só abrir em caso de emergência ou em Janeiro do ano que vem!!".

3. Em Dezembro, proceda da mesma forma: reserve o dinheiro da poupança, o dos imprevistos e o das compras. Mas adicione à sua reserva de compras de Dezembro, o que sobrou do valor que você guardou para os imprevistos de Novembro. Exemplo: Valor para imprevistos/Novembro: R$ 500,00 + Valor para imprevistos/Dezembro: R$700,00 = R$1200,00. Viu? Agora seu Natal melhorou muito! Você sabe o quanto tem para gastar em presentes e com as delícias da noite feliz.

4. Faça uma lista das pessoas a quem quer presentear. Faça a lista de supermercado. Defina a porcentagem a ser gasta em cada uma delas. Exemplo: Se você tem reservado R$1200,00 , estipule o quanto custará a ceia e o quanto sobrará para os presentes. O valor da ceia pode ser uma inferência ou baseado em uma pesquisa (papel e lápis na mão) no supermercado. Eu fico com a segunda opção: pesquise. E muito. Há diferenças grandes de preço de loja para loja. E partilhe o bolo: R$650,00 para a ceia e R$550,00 para presentes, por exemplo. Veja: você organizou orçamentos bem definidos. Agora começa a tortura...

5. Ande sempre com a sua lista na bolsa e não olhe para os lados em hipótese alguma! Nas lojas e grandes mercados, as maiores bobagens que fazemos são as compras por impulso. Sabe aqueles itens expostos em gôndolas localizadas no corredor da fila para o caixa???? São um terror! Então, seja fiel à sua lista e não olhe para os lados...

Agora, lembra daqueles dez por cento dos seus recebíveis que você guardou em Novembro e dos dez porcento guardados em Dezembro? Quando Janeiro chegar e as contas também, olha só como você estará:

Foto aqui

São as dicas da Dinda para você ter um final de ano espetacular, sem lançar mão de um bom planejamento.
;)

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Ele Não Foi Convidado

Antes, bem antes de ser mãe, um compromisso que eu não perdia era festa de criança. Aquelas comidinhas planejadas, cheias de pecado, os bolos, os doces... Aiiii, perdição!

Uma coisa que eu sempre me perguntei, e sempre fiquei sem resposta, foi: por que não tem cajuzinho nas festas? Mesmo com uma infinidade de doces de diversos tipos, eu quase nunca encontro o cajuzinho nas festas que vou.

Eu já cheguei a pensar que tivesse algo a ver com a síndrome do Caco, personagem do Miguel Falabela no Sai de Baixo, que dizia que cajuzinho é doce de pobre. Mas eu passei a observar que, nas festas da minha família, eu e minha irmã fazíamos cajuzinho, só por paixão pelo doce, e todos os convidados comemoravam e se fartavam quando a bandeja passava. Ou seja, eu continuo sem entender porque doce tão popular recebe tanto desprezo pelos anfitriões deste mundão.

Agora eu tenho um filho e nenhum ser humano me convence que festa de criança pode existir sem cajuzinho. Aqui nesta casa, não existe essa possibilidade. Mas não me venha com doce comprado em lata, pronto, desses de fabricante de leite condensado... Tem gosto de remédio!!! Além disso, fazer cajuzinho é infinitamente mais fácil que muitas coisas na vida, tais como:

andar de bicicleta,
apontar lápis em apontador com motor
e mastigar chiclete.


Foto aqui


Seguem dois exemplos para ilustrar a simplicidade desta maravilha gastronômica.


Exemplo 1 - Cajuzinho Tradicional

Ingredientes:

1 kg de amendoim torrado e moído sem casca
2 xícaras de açúcar
250 g de chocolate em pó
Leite o suficiente
Açúcar granulado ou cristal para enrolar
Amendoim inteiro para decorar


Comece torrando o amendoim no forno, até ficar moreno. Essa etapa é importante e tenha cuidado, pois se torrar muito, o amendoim amarga o docinho.


Tire a casca e passe no liquidificador. Ou compre um saquinho de amendoim já moído, se preferir. 

Jogue tudo numa vasilha funda, e vá acrescentando o açucar e o chocolate, misturando sempre. Jogue o leite na mistura, bem devagar. Ele serve para dar a liga, e você não vai querer que acabe ficando mole e você tenha que corrigir o ponto...

Daí é só enrolar, passar no açúcar, espetar um grão de amendoim no topo e comemorar!!


Exemplo 2 - Cajuzinho com Leite Condensado


Ingredientes:

150 g de amendoim torrado sem pele e moído
1 xícara de chá de açúcar
1/2 lata de leite condensado
2 colheres bem cheias de chocolate em pó

Despeje tudo em uma tigela e vá misturando. Quando tiver misturado bem os ingredientes, enrole, passe no açúcar e espete o amendoim no topo. Fala sério... Mais fácil que mastigar chiclete, não falei???

Roberta.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Novidades

Mais de um ano se passou desde o último post. Há um motivo para isso: minha vida virou de pernas para o ar nos últimos 12 meses...

Foto tirada de: http://cutebabyfix.com/category/funny-business/page/2/
Não sobra tempo para cozinhar e o melhor que eu consigo fazer é produzir leite.

Mas eu não vou abandonar o blog, não, e tão logo meu bebê ganhe certa autonomia, vou re-iniciar minha viagem culinária. Agradeço a compreensão.

Roberta.


terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Frase do dia: No Cinema



Namorada: "Nossos lugares são aqui. Vem cá."

Namorado: "Eu não vou sentar aí. Lugar marcado em cinema é coisa para Primeiro Mundo. Aqui é Brasil."

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Cadê você, Tarzan?

Trocar a selva de concreto pela Selva Amazônica por vinte dias não é pra qualquer Jane. Se for uma carioca da gema, então... Em 1999, eu fui ao encontro do Tarzan na Amazônia. Segue o relato.


Foto aqui

Cá estou eu, nariz grudado à janela do avião. Lá embaixo se derrama a selva, serpenteada por um ou outro rio – ou o mesmo – que brilha, purpurinado pela luz do sol. É minha primeira vez na Amazônia, e será a primeira para muitas outras coisas também, eu apenas ainda não sabia disso. Estou há quinze horas e pelo menos três vôos, da segurança da metrópole.

Chego ao Aeroporto Internacional de Cruzeiro do Sul: azulejos brancos nas paredes, uma mesa onde seriam colocadas as malas, para que cada passageiro resgatasse a sua, e nenhum funcionário para conferir o número da etiqueta na bagagem. Fico me perguntando: "Por que Aeroporto Internacional?". Logo descubro a resposta: uma empresa aérea, uma única empresa, fazia um vôo para o Peru, saindo daquele aeroporto. "Ah, ta...".

Um enxame, mas não de mosquitos (ainda...)

Mochila nas costas, saio do aeroporto e sou rodeada por uma multidão de motoristas de táxi, todos falando ao mesmo tempo. São doze quilômetros até o centro da cidade e eles concorrem entre si para ver quem vai faturar aquela corrida.

Sigo para o hotel, conversando com o motorista, simpático. Ele conta que havia comprado quatro antas, através de um "mercado negro", e que as faria pro almoço de domingo e me convida para o festejo. Assim é o povo de lá: absolutamente hospitaleiro. Os animais de caça, como antas e veados capoeiros, não podem ser abatidos a menos que seja para consumo dos habitantes ribeirinhos. O problema é que esses mesmos habitantes caçam os animais e os vendem a intermediários, que vendem a intermediários, que fazem a mesma coisa, e o animal chega à cidade valendo quatro vezes mais do que quando saiu das mãos do caçador.

Segue o ritual: me instalo no hotel, saio pra comer uma pizza (razoável, quem diria...), volto embaixo de chuva, durmo, acordo, tomo café e vou para o porto, pegar o barco que me levará rio acima. Mas o que é o porto? Uma descida por um lamaçal escorregadio, que esconde segredos orgânicos indesejáveis vindos das palafitas – casas suspensas, onde habita a mais indescritível miséria e que me levaria ao barco. O nível do rio varia muito, o que significa andar mais ou menos no lamaçal.

Algumas coisas eu fui descobrindo com o tempo. Por exemplo, na Amazônia não tem inverno. Existem, sim, a estação chuvosa - que corresponde ao verão no resto do país, e a estação seca. Eu estava em plena época de chuvas, mas como nem tudo, aliás, quase nada é regido matematicamente por aquelas bandas, durante a viagem de barco intercalaram-se sol esturricante e chuva acompanhada de vento gélido. Quando cada pingo de água me atingia o rosto, parecia uma alfinetada cruel. Sem contar o sol, que transformou a minha pele em lixa, que iria descascar dias depois.

”No rio passam o bom e o ruim”

Foi isso o que uma moradora de lá me disse. Do avião, eu havia visto um carpete verde, cortado por fios de prata. Do barco, a coisa era bem diferente. Tudo acontece nos rios, que são as estradas. Árvores enormes rodeavam as margens do rio. Os pássaros, os mesmos do desenho da Pocahontas - tenho certeza, saíam dos galhos e vinham brincar com a embarcação. Macacos, muitos macacos, fazem a festa na paisagem da floresta. Enormes galhos presos ao fundo das águas apontavam para cima, servindo de obstáculos naturais. Uma hélice que prendesse ali, já era.

O espetáculo ficava por conta dos botos. Silenciado o motor, fosse para encher com gasolina o tanque, fosse pra gente (no caso eu, já que o resto do grupo era formado por homens) fazer um lanche pra galera, e vinham eles, os botos, incrementar a paisagem. Muitos na cor cinza, mas cheguei a despontar um cor-de-rosa no escuro das águas. Ágil, deu-me não mais que dois segundos de absoluta felicidade. Há quem diga que, por conta dessa visão, eu posso estar prenha. Se for história de pescador, não sei.
;-)

Impossível ficar parada nesses momentos em que o barco não se movia. Era nessa hora que os mosquitos chegavam, em bandos e – juro – munidos de computadores de bordo. Digo isso porque eles iam aonde eu não havia passado repelente, através das aberturas na minha bermuda e na minha camiseta. Foi uma festa no meu ombro, na barriga e nas costas!

De Cabral aos dias de hoje, tudo igual

Algumas paradas aconteciam em casas de ribeirinhos. É inegável a presença negra, se misturando à altivez indígena, belíssima por aquelas paragens. O que mais vi foi um povo caboclo, de pele morena e olhos puxados. Absolutamente curiosos com a presença de uma branca tão diferente – no caso eu. Acho que o estranhamento teria sido menor se houvesse ali luz elétrica. Mas como não chegam os padrões físicos do sul, através das prescindíveis novelas, eu era apenas uma figura exótica. Sem pretensões de estudá-los, de catequizá-los ou nada que o valha. Sutil, empunhava minha câmera fotográfica e saia clicando! Parando uma vez ou outra pra ensopapar minhas pernas, vítimas inocentes do ataque de formigas e (mais!) mosquitos.

Vivem os ribeirinhos hoje como viviam os índios no azar do destino que foi a aparição dos patrícios, cinco séculos antes da minha chegada. As casas são simples, sem água corrente nem energia. O banheiro é uma construção afastada da casa principal. Nem pensar em ir ao banheiro depois que escureceu, para evitar assim qualquer encontro fortuito com a galera noturna: cobras, onças e nem quero saber o que mais. Um cultivo de subsistência é instalado em terreno próximo, sendo que seu excedente é amigavelmente trocado com vizinhos. O mesmo acontece com a caça.

Na mesma proporção em que são raros, açúcar, Nescau, leite condensado, leite em pó, são idolatrados. Sorte que enlatado era o que não faltava na minha mala. Por uma noite de sono em rede dependurada no teto foi esse o preço que paguei. Mais: se roupa tivesse, estaria fadada ao amor eterno daquela gente amistosa. Não foi o caso. Levei o mínimo para não ter muito que carregar. Realista, não abri mão do papel higiênico.

Vergonhas por debaixo dos panos

Perguntam-me todos, e sei que o leitor se indaga o mesmo: "mas e os índios?". Houve encontros, sim, mesmo que breves. O primeiro deles, ria-se de mim, foi numa xoupana onde eles vendiam artesanato para turistas bobocas. Como essas últimas palavras estavam estampadas em letras garrafais na minha testa, longa batalha se seguiu até que eu conseguisse sair de lá com os objetos do meu desejo: colares, pulseiras, cerâmicas.

O segundo encontro foi lirismo puro e aconteceu durante a festa de entrega•de diploma de magistério para um grupo de índios de diversas tribos. Eufóricos, festejaram até o dia nascer, regados a muita cerveja. Eu não pude ficar, tinha compromisso com meu eu invisível no Santo Daime.

O terceiro foi nas ruas de Cruzeiro do Sul. A proximidade com o Peru estampou no rosto desses índios, de quase 1,90m, traços incas. Foram os mais belos que vi. Altivos e desconfiados, nem me deram papo. Esses personagens, que antes viviam nas páginas de O Guarani, hoje povoam meus saudosos sonhos. Mas não se iluda: idéias românticas de lado, os índios não andam nús por aí, portando arco e flecha. Trajam jeans ou bermudas, distantes que estão das páginas dos livros.

Eu sobrevivi!

Na minha doce inexperiência, não levei sapato adequado para o que encontraria: um misto de atoleiro com mata fechada. O par de chinelos, que nem voltou na bagagem, tornou-se um perigo, já que a umidade fazia os pés deslizarem para fora deles. E sabe aquele tênis que eu adoro e, exatamente por isso, está com a sola desgastada e lisa? Pois é, nem pensar! Escorrega mais ainda. A solução, já que não tinha um terceiro par de sapatos, foi andar descalça mesmo. E rezar pra todos os santos, católicos ou não. Quando eu me permitia olhar para o chão, via um sem número de aranhas cruzando meu caminho. Juntando isso a uma mordida na língua, pra ficar quieta e segurar o chilique, tem-se aí uma mulher em desespero.

Mas a verdade é que, depois de oito horas sentada num barco, sem posição e temendo nunca mais voltar a sentir meus glúteos de novo, cheguei de volta à Cruzeiro do Sul viva. Não encontrei Tarzan, semi-nú e bonitão, pra me salvar do desconhecido. Ao contrário, entrei de pés descalços no universo novo. Participei do preparo e me embebedei de Santo Daime, provei delícias inéditas ao meu paladar, me acabei de tanto fotografar e prosear. Hoje, esquisita pra mim é a selva de concreto!

Geléia de Cupuaçú

Esse papo todo de Amazônia me deixou saudosa.


Foto aqui
Em tempos de Natal, eu lembrei de uma receita que vou passar a vocês em duas etapas: Cheesecake com Geléia de Cupuaçú. O Cheesecake é em homenagem aos americanos, que criaram o Natal como é comemorado hoje em muitos lugares. E o Cupuaçú é em homenagem à Amazônia.

Geléia de Cupuaçú
Ingredientes:

1 Kg de Polpa de Cupuaçú
1 Kg de açúcar refinado

Despeje em uma panela funda primeiro a polpa e por cima dela, o açúcar. Em fogo alto, espere a polpa ferver, baixe o fogo e vá misturando o açúcar devagar. Sempre mexendo por 50 minutos, comece a testar o ponto, virando a colher com geléia sobre a panela. Veja se a gota se forma rapidamente (sinal de que ainda está rala) ou se a gota se forma devagar e cai lentamente (sinal de que já engrossou).

Coloque em pote de vidro esterelizado e tampa de metal. Guarde na geladeira e coloque sobre o Cheesecake na hora de servir.

Dinda.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Com perfume de limão e lavanda

Poucas pessoas, habitantes de uma grande metrópole como o Rio de Janeiro, conseguem viver em uma casa com área verde. Não disse que é impossível. Disse que é difícil.

Eu sou uma dessas pessoas.

Mas juntamente com o aprendizado culinário a que me propus, veio também o desejo de desenvolver uma pequena horta, onde eu pudesse ver nascer meus bens de consumo frescos, tais como tomilho, rúcula, salsa, orégano, alecrim, manjericão e lavanda.










foto aqui

Sobre a rúcula, posso dizer que, depois que o amável cãozinho da minha mãe a arrancou com raiz e tudo, para seu próprio divertimento, fiquei sem ação e nunca mais voltei a plantar.

A história do manjericão não foi tão sanguinária, mas teve seu viés sci-fi. Quando a pequena árvore estava crescida e bem feliz, eu notei um fio de cabelo perdido por entre as folhas. Um fio enorme. Meu cabelo é longo, mas não tinha aquela tonalidade ligeiramente esverdeada (ainda bem!...). Cheguei perto, tentando achar a extremidade do fio. E nela, havia um inseto, verde como a folha, grande demais para minha coragem de enfrentá-lo. O dono do cabelo, primo distante do grilo mas com as pernas de um gafanhoto, se alimentava calmamente das folhas enquanto uma versão pequenina dele, em grande quantidade, sugava a seiva do tronco.

Dica: Eu aprendi duas formas de lidar com os hóspedes OVNIs indesejados. Uma delas é a solução de fumo de rolo em água (e já há produtos a venda com esta composição) ou pó de café ao redor da árvore.

Claro que os hospedeiros só liberaram o manjericão quando o condenaram a ir dessa para melhor, o que efetivamente aconteceu.













foto aqui


Hoje a horta está reduzida. Entretanto, a mais valente de todas as plantas segue impávida: o pé de lavanda. Não é bonito, não atrai visitantes deste ou de outro planeta, resiste ao tempo, ao excesso e à falta de água e, uma vez a cada estação, dá flores. Perfumadas, lilases, empinadas.

Por causa dessas flores ocasionais é que eu me decidi por um pé de lavanda, de qualquer forma. Algumas semanas atrás havia quatro flores apontadas. Eu esperei que abrissem e me preparei para usá-las. Eu queria o sabor cítrico do limão para juntar às minhas lavandas, mas todas as receitas de bolo de limão que eu tenho pedem iogurte natural, e eu não tinha nenhum em casa. A opção foi adaptar, a partir de uma receita de bolo branco, aquele básico que não leva nenhum sabor. A escolhida, tirada daqui , foi um sucesso!!! Segue:

Bolo de Limão com Flor de Lavanda
Ingredientes

200 g de manteiga
02 xícaras (chá) de açúcar refinado (eu sempre reduzo, então dessa vez eu usei 1 1/2)
04 ovos
03 xícaras (chá) de farinha de trigo (eu usei 2, BEM cheias)
01 xícara (chá) de leite
02 colheres (chá) de fermento químico em pó

Eu juntei raspas de casca de 02 limões.

Preparo:
Peneire a farinha junto com o fermento.

Eu sempre pulava essa etapa do processo, mas ao ler o motivo, eu me rendi: ao peneirar a farinha, ela fica aerada e, com isso, o bolo fica mais leve.

Adicione as flores de lavanda à mistura de farinha e fermento.

Separe as claras das gemas. Bata na batedeira a manteiga, as gemas e o açúcar, até obter um creme clarinho, algo em torno de 10 a 12 minutos. Despeje esse creme em uma tigela maior. Junte a raspa de limão e vá alternando o leite e a farinha, mexendo em movimentos circulares, até a massa ficar bem homogênea. Não é para bater, apenas misturar.

Bata as claras em neve e adicione-as movimentos circulares de baixo pra cima, envolvendo toda a clara na massa. Despeje a massa em assadeira untada e polvilhada. Leve ao forno pré-aquecido a 220° C por 10 minutos. Depois baixe pra 180° C.

Quando o bolo dourar por cima, faça o teste do palito.

Eu adicionei meia xícara de açúcar de confeiteiro (aquele fininho) ao suco dos dois limões, e joguei sobre o bolo depois de furar a superfície com um garfo. Há quem goste do glacê bem branquinho. Nesse caso, diminua a quantidade de suco e ou aumente a de açúcar.

Depois me fale o que achou...

Dinda.