segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Com perfume de limão e lavanda

Poucas pessoas, habitantes de uma grande metrópole como o Rio de Janeiro, conseguem viver em uma casa com área verde. Não disse que é impossível. Disse que é difícil.

Eu sou uma dessas pessoas.

Mas juntamente com o aprendizado culinário a que me propus, veio também o desejo de desenvolver uma pequena horta, onde eu pudesse ver nascer meus bens de consumo frescos, tais como tomilho, rúcula, salsa, orégano, alecrim, manjericão e lavanda.










foto aqui

Sobre a rúcula, posso dizer que, depois que o amável cãozinho da minha mãe a arrancou com raiz e tudo, para seu próprio divertimento, fiquei sem ação e nunca mais voltei a plantar.

A história do manjericão não foi tão sanguinária, mas teve seu viés sci-fi. Quando a pequena árvore estava crescida e bem feliz, eu notei um fio de cabelo perdido por entre as folhas. Um fio enorme. Meu cabelo é longo, mas não tinha aquela tonalidade ligeiramente esverdeada (ainda bem!...). Cheguei perto, tentando achar a extremidade do fio. E nela, havia um inseto, verde como a folha, grande demais para minha coragem de enfrentá-lo. O dono do cabelo, primo distante do grilo mas com as pernas de um gafanhoto, se alimentava calmamente das folhas enquanto uma versão pequenina dele, em grande quantidade, sugava a seiva do tronco.

Dica: Eu aprendi duas formas de lidar com os hóspedes OVNIs indesejados. Uma delas é a solução de fumo de rolo em água (e já há produtos a venda com esta composição) ou pó de café ao redor da árvore.

Claro que os hospedeiros só liberaram o manjericão quando o condenaram a ir dessa para melhor, o que efetivamente aconteceu.













foto aqui


Hoje a horta está reduzida. Entretanto, a mais valente de todas as plantas segue impávida: o pé de lavanda. Não é bonito, não atrai visitantes deste ou de outro planeta, resiste ao tempo, ao excesso e à falta de água e, uma vez a cada estação, dá flores. Perfumadas, lilases, empinadas.

Por causa dessas flores ocasionais é que eu me decidi por um pé de lavanda, de qualquer forma. Algumas semanas atrás havia quatro flores apontadas. Eu esperei que abrissem e me preparei para usá-las. Eu queria o sabor cítrico do limão para juntar às minhas lavandas, mas todas as receitas de bolo de limão que eu tenho pedem iogurte natural, e eu não tinha nenhum em casa. A opção foi adaptar, a partir de uma receita de bolo branco, aquele básico que não leva nenhum sabor. A escolhida, tirada daqui , foi um sucesso!!! Segue:

Bolo de Limão com Flor de Lavanda
Ingredientes

200 g de manteiga
02 xícaras (chá) de açúcar refinado (eu sempre reduzo, então dessa vez eu usei 1 1/2)
04 ovos
03 xícaras (chá) de farinha de trigo (eu usei 2, BEM cheias)
01 xícara (chá) de leite
02 colheres (chá) de fermento químico em pó

Eu juntei raspas de casca de 02 limões.

Preparo:
Peneire a farinha junto com o fermento.

Eu sempre pulava essa etapa do processo, mas ao ler o motivo, eu me rendi: ao peneirar a farinha, ela fica aerada e, com isso, o bolo fica mais leve.

Adicione as flores de lavanda à mistura de farinha e fermento.

Separe as claras das gemas. Bata na batedeira a manteiga, as gemas e o açúcar, até obter um creme clarinho, algo em torno de 10 a 12 minutos. Despeje esse creme em uma tigela maior. Junte a raspa de limão e vá alternando o leite e a farinha, mexendo em movimentos circulares, até a massa ficar bem homogênea. Não é para bater, apenas misturar.

Bata as claras em neve e adicione-as movimentos circulares de baixo pra cima, envolvendo toda a clara na massa. Despeje a massa em assadeira untada e polvilhada. Leve ao forno pré-aquecido a 220° C por 10 minutos. Depois baixe pra 180° C.

Quando o bolo dourar por cima, faça o teste do palito.

Eu adicionei meia xícara de açúcar de confeiteiro (aquele fininho) ao suco dos dois limões, e joguei sobre o bolo depois de furar a superfície com um garfo. Há quem goste do glacê bem branquinho. Nesse caso, diminua a quantidade de suco e ou aumente a de açúcar.

Depois me fale o que achou...

Dinda.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

O filho de Clare




As medidas de modelo perderam espaço para as formas da gestação na vida da inglesa Clare. Eu imagino qual não foi a sensação dela ao constatar, aproximadamente vinte e três anos depois da gravidez, que havia dado à luz ao mais novo Homem Mais Sexy do Mundo. É um pensamento que me persegue nos últimos dias, visto que eu não consigo me livrar da figura do filho da Sra Clare Pattinson, de nome Robert Thomas. Ele está om Outdoors para todo o lado, nas laterais de ônibus e nos cartazes do metrô, nas capas das revistas em todas as bancas e nos reclames da TV a cabo.

Nos detalhes, ou mesmo no todo, não se trata de um rapaz de beleza cinematográfica. Antes o típico londrino mal-humorado e amarelado de nicotina e falta de sol.

Interessante mesmo foi notar que eu abri mão do conforto das minhas noites de sono para assistir ao filho de Clare, Robert, conversar com David Letterman (na tradução, Homem-Carteiro). O programa foi ao ar à uma da manhã. Bem no meio da minha sonolenta madrugada. Eu venero o bom sono, é preciso dizer. Mas a beleza do rapaz tem um efeito fantasmagórico sobre mim, já que só aparece em raras ocasiões e eu ainda não a vi. Em função disso, troquei meu momento pelo momento dele. Com isso, duas horas antes do show ir ao ar, pijama posto e bobs no cabelo, sentei para esperar – na frente da TV. Das opções apresentadas pelo meu controle remoto, fiquei com Crepúsculo, filme onde aparece... o filho de Clare!!

Por favor, não se surpreenda com meu relato, pois eu não pretendo desconstruir o rapaz ou o filme que o lançou ao mundo. Nada disso. Dê-me apenas a chance de continuar com a minha história.

O filme acabou e, mais alguns minutos depois, em outro canal, o programa do Carteiro David começou. Uma menina tocou violino sobre um objeto que não identifiquei, um rapaz fez malabarismos com um barril de cerveja, eu bati cabeça cedendo ao cochilo, e então, ele chegou!! O filho de Clare. E Richard. Ligeiramente corcunda pela vergonha, sem saber onde colocar as mãos ou se devia se dirigir à platéia, lá estava ele. Um rapaz... londrino e encabulado.



Hoje eu entendo o feitiço dele e, mesmo não atendendo aos requisitos para me considerar uma fã, não sou mais avessa à invasão Crepuscular neste mundo que habito.

(Não vou mencionar sua aparição como Cedric Diggory em Harry Potter, pois muitos nem o reconhecerão. Houve um preço a ser pago para transformar o amarelo e mofado em um vampiro bonitão.)

Pois o Robert, filho de Clare e Richard, nascido em Londres, caçula de três filhos, está na lista dos seres humanos dotados de sorte divina. A história de Stephenie e o personagem criado por ela revelaram um ídolo. E pegou a todos, inclusive a ele próprio, de surpresa! Isto estava claro na imensa cerimônia que ele fez na sala de estar do cenário de David.

E vida de ídolo é aquela coisa: não se pode perguntar quem ele namora; não é permitido a ele comprar seu próprio cigarro na loja da esquina ou seu fish ‘n chips no comércio próximo de casa, não se pode andar a pé ou sobreviver a um ataque de adolescentes.

É difícil de acreditar que ele possa freqüentar a imaginação de mulheres com idades tão variadas. Eu entendo a surpresa de Robert nesse aspecto. E houve um erro de cálculo, é possível dizer, já que eu me arrisco na arrogância de afirmar que nem ele sabia onde poderia chegar. A Clare deve estar mesmo muito orgulhosa de seu bebê. Eu estaria.